segunda-feira, 25 de junho de 2007

Vamos começar do início?

Como dizia Paulo Freire, educamo-nos sempre em comunhão.

Partindo desse princípio, qualquer ato educativo pressupõe relação e presença, e com a atividade educativa via computadores não é diferente.

Ou seja, a educação virtual supõe conexão com outras pessoas: relação e presença.

E, se estamos todo o tempo falando em "Educação em Rede", "aprender em Rede", isso compreende que devemos passar a utilizar uma referência educativa exatamente oposta ao que se vê atualmente, que é uma educação individualista, voltada para a competição e para o "como levar vantagem".

A Educação em Rede necessita de conectividade, companheirismo, colaboração. E para que isso ocorra, eu já disse isso aqui outras vezes, precisamos de ideologia.

De nada adiantará distribuir computadores sem ideologia, sem mudança de comportamento, de atitude frente à aprendizagem. As máquinas podem chegar às escolas e nada representarem, se não houver uma mudança radical no ambiente escolar, nas concepções que ainda perduram. Tem que haver um projeto político-pedagógico que acolha o projeto de informática, e um projeto de informática que expresse o projeto político-pedagógico. É via de mão-dupla.

Moacir Gadotti (professor da USP e diretor do Instituto Paulo Freire), diz: "O novo meio exige uma visão mais construtivista e interacionista, em oposição ao instrumentalismo e à competitividade dominantes. Uma nova Pedagogia da Virtualidade faz-se necessária. Não basta ser usuário de um computador ou saber navegar pela Internet. Com a Educação em Rede, a formação centra-se na aprendizagem. Muda, portanto, o foco da educação tradicional."

E, para que isso ocorra efetivamente, precisamos de professores com uma nova atitude, porque espera-se uma Educação que também seja produção, seja mediação e acompanhamento. Por enquanto, os professores ainda não perceberam o seu tremendo potencial de companheiros de idéias emancipatórias e de fomentadores de projetos inter/transculturais.

Isso tudo pra tentar dizer que os softwares mais bonitos, sofisticados e competentes não garantirão melhoria de aprendizagem, sem que a dimensão desse professor/mediador seja revista, sem que haja uma profunda transformação dos modelos existentes.

Os softwares educativos, por si, não realizarão milagres.

A "Educação em Rede" tem todos os requisitos necessários para detonar a urgente e necessária mudança da escola que ainda existe.

E assim, quem sabe, os meninos passem a aprender a aprender?

Um grande abraço a todos

Nenhum comentário: